Cansado da prisão,
Da estreita cela,
Revoltei-me contra a minha janela,
Com os dedos a sangrar,
Arranquei tijolo após tijolo,
E contemplei então
A árvore inteira, seu tronco majestoso,
Seus ramos numerosos, suas miríades de folhas,
E uma imensa parte do céu
Jurava que não existia outra árvore, nem outra parte do céu
Era aquela a Verdade.
Aquela prisão já não me retém,
Saí a voar através da janela.
Ó amigo,
Agora contemplo todas as árvores e a vastidão do infinito.
E embora eu viva em cada folha e em cada nesga do vasto céu azul,
Embora eu viva em cada prisão e espreitar por estreitas frestas,
Sou L I V R E.
(J.Krishnamurti-A Busca)
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