Navegando por ai, descobri que existe o Dia Mundial da Menopausa, dia 18 de outubro também comemora-se o Dia do Médico.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que 1,2 milhões de mulheres terão 50 anos ou mais, em 2030. Levando em conta que a expectativa de vida destas mulheres, após a menopausa, é crescente, é preciso que todos fiquem atentos aos problemas que podem estar associados à falta de hormônios como o estrogênio.
Encontrei esta matéria no site do MSN Mulher uma entrevista feita por Ana Carolina Pinto, onde ela entrevista a jovem Dra. Carolina Ambrogini, formada em ginecologia pela Faculdade de Medicina de Jundiaí, em 2000, com residência na UNIFESP (Escola Paulista de Medicina), em 2003, a médica é especialista em Sexualidade Humana pela Universidade de São Paulo (USP) e coordena o Projeto Afrodite, focado na melhora da sexualidade feminina durante a menopausa.
A quem possa interessar, basta ler a matéria abaixo e não precisa ficar assim:
Quais são as principais mudanças no organismo da mulher quando ela chega à menopausa?
R= A menopausa começa um ano da data da última menstruação. É um marco do que chamamos hoje de “transição menopausa”, período da vida da mulher caracterizado pela perda progressiva da fertilidade e que acarreta a queda dos níveis de estrogênio, principal hormônio feminino. Podemos classificar as mudanças em genitais e extragenitais. Na genitália observa-se diminuição de pêlos, a mucosa da vagina torna-se mais fina, podendo levar à dor na relação sexual e à diminuição da lubrificação, além de aumento do risco para corrimentos e infecções urinárias por causa da alteração do ph vaginal. Além disso, o útero, as tubas e os ovários diminuem de tamanho. No corpo da mulher há um desequilíbrio do centro de controle da temperatura corporal, o que ocasiona as famosas ondas de calor ou fogachos. Registra-se ainda uma maior ocorrência de doenças do coração, osteoporose, depressão e alterações do sono.
A mulher corre mais risco de desenvolver doenças cardiovasculares durante a menopausa?
R= Quando a mulher entra na menopausa ela perde a proteção cardiovascular oferecida pelo estrogênio. Esse hormônio age nas paredes das artérias promovendo a sua dilatação e também aumenta o colesterol bom, o HDL, que protege contra a formação da placa de aterosclerose. Outras doenças como a hipertensão, o diabetes, o tabagismo e altos índices de colesterol e triglicérides também contribuem para o aumento do risco nessa fase.
É verdade que as mulheres apresentam problemas cardiovasculares em idade mais avançada que os homens?
R= Sim, as mulheres têm a proteção estrogênica até chegar à menopausa, que ocorre em torno dos 50 anos. Após a queda dos níveis de estrogênio no organismo, elas tendem a ter os mesmos riscos cardiovasculares que os homens.
Por que ao controlar a hipertensão arterial, diminuí-se o risco cardiovascular?
R= A hipertensão é um importante fator de risco para as doenças cardiovasculares. Quando descontrolada, aumenta as chances para o infarto agudo do miocárdio e também para o acidente vascular cerebral (AVC). Os níveis normais de pressão arterial variam de pessoa para pessoa, ficando entre 120 e 130 de pressão máxima e 80 de mínima. Quando os níveis ultrapassam 140 de pressão máxima e 90 de mínima, a pessoa pode ser considerada hipertensa e isso também é válido para as mulheres em menopausa.
A terapia de reposição hormonal (TRH) é uma opção de tratamento para reduzir o risco cardiovascular?
R= Para aquela mulher que não tem doença cardiovascular prévia, a terapia hormonal pode ajudar na prevenção, junto com práticas saudáveis de vida. Nesta hora, toda mulher deve ser avaliada de forma individual com relação às suas queixas, fatores de risco e antecedentes pessoais e familiares para que se possa chegar à melhor opção terapêutica. A terapia hormonal, em baixas doses, como é hoje preconizada, pode sim melhorar a qualidade de vida da mulher que sofre com a menopausa.
Com a chegada da menopausa, a rotina da mulher deve sofrer alguma alteração?
R= Quando a palavra menopausa vem à cabeça sempre a associamos com o envelhecimento e com as alterações corporais. A palavra vem com uma conotação muito negativa, que pode diminuir a autoestima das mulheres. No entanto, é bom lembrar que apesar do corpo estar envelhecendo, a alma está mais madura, mais sábia. A família, na maioria das vezes, já está constituída, os filhos encaminhados e o trabalho consolidado. Percebo que as mulheres que não alteram sua rotina por conta da menopausa, ou que dão pouca importância a ela, têm menos sintomas. O que deve mudar são apenas os cuidados com a saúde e as práticas que promovem o bem-estar. Estes sim merecem ser intensificados, mas a vida deve correr seu fluxo normal.
Praticar esporte pode melhorar a qualidade de vida da mulher na menopausa?
R= A prática de atividade física é importante em qualquer etapa da vida. Após a menopausa, a mulher tende a ganhar mais peso, pelo metabolismo que se torna mais lento. Além disto, há uma maior tendência à osteoporose e doenças do coração, patologias que podem ser prevenidas com o exercício físico. A prática deve ser orientada por um profissional de educação física para evitar lesões e deve conter uma parte aeróbica e outra de fortalecimento muscular. A atividade física gera bem-estar, melhora a qualidade do sono e mantém a autoestima da mulher em alta, porque ela se sente mais bonita.
A alimentação deve sofrer alguma modificação nessa fase da vida da mulher?
R= Sim, como a mulher nessa fase tem uma maior propensão às doenças cardiovasculares, a alimentação deve ser mais saudável. Ela deve se preocupar em ter uma dieta pobre em gorduras de origem animal que elevam o colesterol ruim (que se acumula nas artérias), e rica em gorduras poliinsaturadas, como as presentes nas castanhas, no azeite, na linhaça e nos peixes de águas frias, que aumentam o colesterol bom. Os alimentos ricos em cálcio, como leite e seus derivados, e os vegetais de folhas escuras também não devem ser esquecidos por conta do risco de osteoporose.
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Agora que vc já se informou pode ficar assim: